Escrevia porque sim... porque havia coisas que há dentro que tinham que ver a luz do dia, para depois se esfumarem por entre os raios de sol.
Já não escrevo... vai para dois anos... comecei a ler... ou deixei de ler, e por isso comecei a ler o que posso. Criei vontades, que nunca tinha tido... não sei o que fazer com elas... andam aqui dentro de rebolão. Criei vontades porque aumentei... as prioridades mudaram... como nunca tinha pensado que mudassem...
Criei uma dependência dependente... daquelas que dá vontade de ficar a dormir num domingo até tarde enroscada nos lençóis, a inspirar o seu cheiro (que às vezes se assemelha tanto ao cheiro do dia D)...
De repente, a vida que tinha pressa de viver, quero-a devagar... quero-a lenta e em bocadinhos coloridos que possa olhar todos os dias e novo... quero-a em cheiros eternos e em memórias reais... quero-a em momentos que façam "repeat" na minha cabeça...
A vida que se fazia por outros mundos, por outros caminhos... a vida que era só minha, fez-se nossa...
a CaMiNho ...
quinta-feira, abril 23, 2015
segunda-feira, janeiro 21, 2013
And still ...
Os dias... alguns dias parecem continuar em tons de alfazema.
Ainda que lá fora o cinzento se junte, e a chuva caia copiosamente. Ainda que haja nervos em franja, e árvores despidas de folhas. Ainda que haja guarda chuvas destruídos pelo vento, e maus filmes no cinema.
Nestes dias já cheira a verão, já se imaginam os vestidos leves, já se sente a pele bronzeada, já se antecipa a praia, já se anseia pelo sal na pele, já se sentem as cervejas fresquinhas a descer pela garganta ... ou talvez não ....
Ainda que lá fora o cinzento se junte, e a chuva caia copiosamente. Ainda que haja nervos em franja, e árvores despidas de folhas. Ainda que haja guarda chuvas destruídos pelo vento, e maus filmes no cinema.
Nestes dias já cheira a verão, já se imaginam os vestidos leves, já se sente a pele bronzeada, já se antecipa a praia, já se anseia pelo sal na pele, já se sentem as cervejas fresquinhas a descer pela garganta ... ou talvez não ....
sexta-feira, novembro 16, 2012
Triângulo das Bermudas
Tenho cá a impressão que ali na av. de ceuta mesmo depoiss dos sinais das bombas da repsol, há um triângulo das bermudas, em que a regra da ultrapassagem pela direita, e da perca de prioridade na mudança de faixa de rodagem se esfumam em segundos ... ali naquela zona de triângulo das bermudas, o facto de se ligar o pisca para mudar de faixa de rodagem (entrando pela direita dos carros que nela circulam) passa a dar prioridade sobre todos os veículos que circulam na mesma :S
fico a pensar ... o código da estrada mudou, ou terei eu imunidade ao triângulo das bermudas? É que se assim for, talvez possa ganhar uns cobres a recuperar tudo o que se perdeu no outro triângulo :D
fico a pensar ... o código da estrada mudou, ou terei eu imunidade ao triângulo das bermudas? É que se assim for, talvez possa ganhar uns cobres a recuperar tudo o que se perdeu no outro triângulo :D
sexta-feira, junho 22, 2012
quarta-feira, junho 20, 2012
Ele há datas ...
ou pelo menos alturas do ano, meses vá ... talvez até semanas, que teimam em carregar-se de um festival de emoções, em enfeitar-se como quem se prepara para a procissão ... os meninos que vêm em fila apresentar-se à mãe, passar no duro crivo, e na lista de propósitos que têm de cumprir para participarem na dita procissão, não vá o Senhor lá cima (claro com visão periférica e ao milímetro), perceber aquela orelha com uma pontinha de sujidade, aquela ruga no fatinho domingueiro, já coçado pelos anos e pelos corpos dos irmãos que por ele passaram, ou até mesmo o fio de cabelo que faz com que a marrafa não fique exactamente no sitio que devia ...
São dias que reúnem em volta de si (como as pombas no ombros de S. Francisco de Assis), todo um ponto de ordem, um carisma, uma luz, ou simplesmente uma leveza ... sim uma leveza, a leveza da missão cumprida, a leveza dos dias com cheiro a alecrim e a alfazema ... O dia
São dias que reúnem em volta de si (como as pombas no ombros de S. Francisco de Assis), todo um ponto de ordem, um carisma, uma luz, ou simplesmente uma leveza ... sim uma leveza, a leveza da missão cumprida, a leveza dos dias com cheiro a alecrim e a alfazema ... O dia
terça-feira, junho 19, 2012
No cansaço ...
que toma conta deste habitáculo, e onde o amor parece morrer aos fins de tarde, está um vazio. Mas não são quaisquer fins de tarde, são aqueles fins de tarde com cheiro a verão, poeirentos, onde o fumo das sardinhas se espalha pelos quintais dos vizinhos e onde as cigarras cantam árias de solidão e tristeza.
E o cansaço? É do sempre ... o de sempre que se renova. É um novo cansaço. Ou o cansaço deste verão ... hmmm o de todos os verões, só que volta como se não fosse nada com ele ... assim a assobiar para o ar, até estar em mim. Um cansaço espaçoso, grande, imenso, que despoja o amor, que o cala e amordaça. Este amor que parece viver em mim já de si contrariado e que sem luta nem golpes de espada se rende a uma morte certa, e aveludada, com o cheiro a sardinha, o sal no corpo, a areia nos pés ... a uma morte de fim de tarde.
E o cansaço? É do sempre ... o de sempre que se renova. É um novo cansaço. Ou o cansaço deste verão ... hmmm o de todos os verões, só que volta como se não fosse nada com ele ... assim a assobiar para o ar, até estar em mim. Um cansaço espaçoso, grande, imenso, que despoja o amor, que o cala e amordaça. Este amor que parece viver em mim já de si contrariado e que sem luta nem golpes de espada se rende a uma morte certa, e aveludada, com o cheiro a sardinha, o sal no corpo, a areia nos pés ... a uma morte de fim de tarde.
terça-feira, março 27, 2012
A cair na conta ...
das consequências das escolhas que fazemos ... dos sims que dizemos, dos nãos que ficam encalhados na garganta.
Todos os dias vejo a minha vida mudar. Muito pouco ... e hoje foi mais uma grande mudança. E às vezes, como hoje, parece que estou a observar de fora .... como se na realidade não estivesse a acontecer comigo.
São mudanças a acontecer aos poucos suavemente (talvez porque espere (amos) que assim se entranhem). Coisas que talvez por nunca as ter ambicionado, agora me pareçam deslocadas ... e do nada, essas coisas acontecem comigo. And it's funny ...
As escolhas ....decorrentes as escolhas...as procuras ... and still it isn't me ....
E depois no meio e entretanto, levo uma lição de humildade e dependência ...eu a senhora independente e auto-suficiente. E custa ... custa estar do outro lado da barreira, do outro lado, do qual tantas vezes me aproximei, e julguei compreender e criar empatia ... mas nem imaginava quão longe estava de perceber uma pontinha do que é ... E é uma luta ... todos os dias, deixar-me depender, deixar-me ser servida, ter a humildade de pedir, sem vergonhas ... sem pudores...sem culpas... sem medos.
Aprender também a ser paciente (sempre o outro senhor a colocar-me à prova, nesta minha impaciência crónica, nesta minha coceira crónica de não conseguir estar quieta).
E a dar valor a coisas ... tanta coisa ... o poder ir andar ao fim de semana à beira rio, o ir beber um café, o apanhar o comboio, enfim ...
E voltando ao inicio deste post ... as mudanças ... acho que nem quando me mudei para o continente-lar, me senti a mudar, nem quando regressei e me diziam que eu tinha mudado, nem quando voltei a ir, e a regressar ...eu sou a mesma sempre fui a mesma ...e agora sendo a mesma, estou a mudar, continua tudo cá (como dizia a AMC), eu sou a mesma e por isso continuo igual, mas a mudar em coisas pequenas a crescer... (ainda que vá sentido vergonha em admitir algumas coisas ... uma vergonha infantil :P)
No outro dia dizia ao H que tinha de comprar uma mala a sério, uma mala de senhora ... na verdade a idade pesa ... e olho para mim, e prestes a completar a idade do JC, continuo a utilizar malas de pano africano (que parecem ter sido compradas nas barraquinhas das feiras de verão, mas são feitas num dos países mais fantásticos e maravilhosos da África ocidental no mínimo) e não tenho uma única mala "decente" ... e depois olho para mim e penso que realmente todas estas mudanças me levam a pensar ... que vou começando a ter idade para ter juízo ... ou não ;)
Todos os dias vejo a minha vida mudar. Muito pouco ... e hoje foi mais uma grande mudança. E às vezes, como hoje, parece que estou a observar de fora .... como se na realidade não estivesse a acontecer comigo.
São mudanças a acontecer aos poucos suavemente (talvez porque espere (amos) que assim se entranhem). Coisas que talvez por nunca as ter ambicionado, agora me pareçam deslocadas ... e do nada, essas coisas acontecem comigo. And it's funny ...
As escolhas ....decorrentes as escolhas...as procuras ... and still it isn't me ....
E depois no meio e entretanto, levo uma lição de humildade e dependência ...eu a senhora independente e auto-suficiente. E custa ... custa estar do outro lado da barreira, do outro lado, do qual tantas vezes me aproximei, e julguei compreender e criar empatia ... mas nem imaginava quão longe estava de perceber uma pontinha do que é ... E é uma luta ... todos os dias, deixar-me depender, deixar-me ser servida, ter a humildade de pedir, sem vergonhas ... sem pudores...sem culpas... sem medos.
Aprender também a ser paciente (sempre o outro senhor a colocar-me à prova, nesta minha impaciência crónica, nesta minha coceira crónica de não conseguir estar quieta).
E a dar valor a coisas ... tanta coisa ... o poder ir andar ao fim de semana à beira rio, o ir beber um café, o apanhar o comboio, enfim ...
E voltando ao inicio deste post ... as mudanças ... acho que nem quando me mudei para o continente-lar, me senti a mudar, nem quando regressei e me diziam que eu tinha mudado, nem quando voltei a ir, e a regressar ...eu sou a mesma sempre fui a mesma ...e agora sendo a mesma, estou a mudar, continua tudo cá (como dizia a AMC), eu sou a mesma e por isso continuo igual, mas a mudar em coisas pequenas a crescer... (ainda que vá sentido vergonha em admitir algumas coisas ... uma vergonha infantil :P)
No outro dia dizia ao H que tinha de comprar uma mala a sério, uma mala de senhora ... na verdade a idade pesa ... e olho para mim, e prestes a completar a idade do JC, continuo a utilizar malas de pano africano (que parecem ter sido compradas nas barraquinhas das feiras de verão, mas são feitas num dos países mais fantásticos e maravilhosos da África ocidental no mínimo) e não tenho uma única mala "decente" ... e depois olho para mim e penso que realmente todas estas mudanças me levam a pensar ... que vou começando a ter idade para ter juízo ... ou não ;)
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